Stregaria


Stregaria:
A Vecchia Religione ou Stregaria é a velha religião ligada a Natureza (como a Wicca), é a bruxaria italiana. Na Itália central, as bruxas adoravam a deusa Diana e seu consorte, o deus Dianus. Fora de Roma, na região dos Montes Albanos, elas se reuniam nas ruínas de um templo de Diana, às margens do Lago Nemi.
No século XIV, uma mulher muito sábia que se “intitulava” Aradia, renasceu a Velha Religião. Deste esforço, se formaram três tradições, que em origem, eram uma só. As tradições são conhecidas como Fanarra, Janarra e Tanarra. Coletivamente, são conhecidas como a Tríade de Tradições. A Fanarra é original do norte da Itália e são conhecidos como Guardiões dos Mistérios da Terra; a Janarra e Tanarra são do centro da Itália. A Janarra é conhecida como Guardiões dos Mistérios da Lua e a Tanarra dos Mistérios das Estrelas. Cada tradição tem um “líder” chamado Grimas. Ele deve ter conhecimento das outras duas tradições e sua função é fazer com que a sua tradição continue.
Existe também a tradição Aridiana proveniente da vila de Arida – dizem que as maiores parte dos discípulos de Aradia vieram desta localidade no centro da Itália. As maiorias dos praticantes modernas da Stregaria seguem essa tradição. Como uma religião baseada na natureza, os Aridianos reconhecem a polaridade de gênero dentro da Ordem Natural, e personificam isso como A Deusa e o Deus. O ano é dividido em meses do Deus (outubro a fevereiro) e meses da Deusa (março a setembro). Ambos, Deusa e Deus, são reverenciados e são iguais em importância. Um detalhe é que durante os meses do Deus, os rituais são feitos com robes/ túnicas e nos meses da Deusa, sem roupa alguma. Outra coisa é que durante os meses do Deus, o sacerdote se ocupa de mais “incumbências” nos esbaths. Os grupos/ covens da tradição Aridiana possuem diversos cargos. Estes são de Sacerdotessa e Sacerdote; em seguida vem a Dama D’onore e La Guardiã, que são respectivamente, a Donzela que auxilia a Sacerdotisa nos rituais, e o Guardião que é responsável pela segurança da Sacerdotisa. Os sacerdotes são a representação dos Deuses nas encenações dos rituais...

Stregherie
A velha religião na Itália começou com os povos Etruscos que apareceram na Itália por volta de 1.000a.c, por serem povos místicos e possuidores de conhecimento de magia eles influenciaram em muito a religião da Itália.
Os povos Etruscos deixaram tumbas magníficas decoradas, pintadas e ás vezes com jóias armas, utensílios de uso pessoal, todos esses objetos indicavam o nível social da pessoa que ali estava enterrada.
Os deuses ocupavam um lugar importante na vida dos Etruscos, influenciavam seus comportamentos, seus relacionamentos e a idéia principal dos Etruscos era o poder que os deuses podiam emprestar "aos humanos", portanto o poder divino era consciente entre os Etruscos, com seus hábitos, sua religião e seus conhecimentos influenciaram sobre maneira toda a região da Itália.
A vinda do cristianismo na Itália determinou a queda do Paganismo e os cultos mágicos aos deuses foi considerado ilegal .As sacerdotizas de Diana se refugiaram em vilas isoladas... onde hoje é encontrado o templo de Diana em ruínas, portanto a Velha Religião foi conservada nessas áreas rurais e o seu conhecimento existem até hoje na Itália moderna.
A perseguição das bruxas na Itália não foi violenta como foi em outros países pois as bruxas italianas se concentravam em vilas isoladas e eram geralmente muito bem toleradas.
A bruxa italiana chama-se Stregha e o bruxo italiano chama-se Streghone e o coven de bruxos é chamado de Boschetto A Stregheria também tem várias tradições conforme as regiões da Itália, por exemplo na Sicilia, norte da Itália, sul da Itália etc...
Na Stregha é muito importante os laços familiares, os espíritos que protegem e preservam a antiga religião e seus conhecimentos. Ha muitas diferenças entre as bruxas americanas e as bruxas italianas, essas diferenças além de serem históricas são devidas a diferentes tradições e diferentes crenças. Como a Stregha italiana têm seus alicerces na velha religião praticada nessa época, genuinamente ela não usa conceitos orientais .
Outro exemplo: Na Itália temos quase 200 dialetos diferentes, o que originam diversas formas de conhecimentos, tradições e clãs.Já foi dito que é muito importante os laços familiares na bruxaria Stregha e geralmente a iniciação de uma bruxa Stregha começa desde o momento de seu nascimento. as mulheres mais velhas da família gradativamente vão oferecendo conhecimentos para a iniciada e vão notando quais os dons que esta iniciada nasceu com eles. Isto também se dá com os meninos que florescem mais tarde na magia que as meninas.

A herança de Aradia
um dos pilares mais tradicionais das práticas de Stregheria - ou de qualquer vertente mais tradicional (e hereditária): é o sangue. Para muitas streghe, ele é o passaporte para a entrada nos "mistérios". A herança do sangue é bem forte e une muitos clãs e praticantes. Para alguns, o simples nascer em determinada família já é um rito iniciático. Muitas famílias não abrem seu livro mágicko ou sua linhagem para ninguém e os únicos estranhos são os cônjuges dos filhos.
Aradia a famosa figura da Stregheria - principalmente pelas mãos de Charles Leland e seu Gospel - traz essa força: de quem volta às suas origens e as incorpora, saindo depois para levar a outros este mesmo processo
Deuses e deusas
Agenoria: deusa etrusca para despertar ações
Anterus: deus da paixão.
Aplu: deus etrusco do tempo.
Astréa: deusa da justiça.
Belchans: deus etrusco do fogo.
Carmem ou Carmina: deusa dos encantamentos e dos feitiços.
Caltha: deus etrusco do sol.
Cloacina: deusa etrusca de tudo que é sujo e obsceno.
Charun: deus etrusco do submundo, sua função é governar a morte e transportar as almas para a vida após a morte.
Comos: deus das bebidas.
Corvus: mensageiro dos deuses.
Cópia: deusa da prosperidade.
Diana: deusa triplice, jovem, mãe e anciã, a deusa das bruxas.
Dianus: deus da fertilidade, deus cornudo das florestas, com sorte de Diana.
Egéria: deusa etrusca das fontes, ela possuia o dom da profecia.
Fana: deusa da terra, das florestas e da fertilidade.
Faunos: o masculino de Fana.
Februus: deus etrusco da purificação iniciação e morte.
Felicitas: deusa etrusca da boa sorte.
Feronia: deusa etrusca que protege a liberdade dos homens, a vida nas florestas e as cabanas aos pés das montanhas.
Fortuna: deusa do destino, da fortuna, da sorte e da fertilidade.
Furina: deusa etrusca da noite e dos ladrões.
Horta: deusa etrusca da agricultura.
Jana: deusa da lua.
Janus: deus etrusco do sol, dos portais, dos limites, associado com jornadas.
Losna: deusa etrusca da lua.
Lupercus: o deus lobo, deus da agricultura.
Nethuns: deus etrusco da água fresca.
Nox: deusa da noite.
Pertunda: deusa do amor sexual e dos prazeres.
Tagni: nome mais velho do deus da bruxaria.
Tana: deusa das estrelas.
Tanus: deus das estrelas, consorte de Tana.
Tuchulcha: deusa etrusca da morte, ela é parte humana, parte pássaro, com cobras nos cabelos e nos braços.
Umbria: deusa das sombras e de tudo que é secreto.
Veive: deusa etrusca da vingança, é retratada com um jovem coroado de louros com arco e flecha nas mãos.
Vesta: deusa do fogo e do coração.
Zirna: deusa etrusca da lua, ela é representada pela meia lua

Um pouco de Aradia
Como a Ariciana e a Tríade de Tradições - Janarra, Fanarra e Tanarra. Lembrada como a professora e mestra das Streghe, Aradia não queria ser adorada: seu intuito era reviver com os camponeses dos feudos os Caminhos Antigos. Passou seus ensinamentos viajando e conversando, reaproximando as pessoas de suas raízes. Ela apontava a Vechia Religione como um alívio ao massacre religioso do cristianismo da época. Com o tempo, ela passou a ter discípulos, 6 homens (um deles era celta) e 6 mulheres. Quando Aradia passou a ser perseguida, esses discípulos saiam em casais para levar seus ensinamentos a diante. Seu símbolo, após sua partida era, e ainda é, a Chama Sagrada que é acesa no meio do altar. Por fim, seus discípulos também foram perseguidos e muitos mortos e acredita-se que os pergaminhos, nos quais seus ensinamentos foram registrados, trancados no Vaticano. Alguns documentos históricos indicam a passagem de uma mulher peregrina pelo norte da Itália e indicam que talvez ela tenha passado seus últimos anos na Romênia.

Os Dons de Aradia
No séc. XIV, Aradia ensinou que os poderes "tradicionais" de uma Bruxa pertenceriam àqueles que seguissem a Velha Religião. Ela os chamo de Dons, porque ela colocava que são apenas "um adicional" aos poderes de uma verdadeira bruxa, e não a razão pela qual alguém deveria ser tornar uma ou seguir La Vecchia. Estes são os seguintes:
1. Atrair sucesso nos assuntos do coração
2. Abençoar e consagrar
3. Falar com os espíritos
4. Saber das coisas ocultas
5. Chamar espíritos
6. Conhecer a Voz do Vento
7. Ter o conhecimento da transformação
8. Ter o conhecimento da divinação
9. Conhecer os Sinais Secretos
10. Curar males
11. Trazer a beleza
12. Ter influencia sobre as feras selvagens
13. Conhecer os segredos das mãos.
Aradia também ensinou que uma Bruxa deve seguir aos Ritos Sazonais e osmomentos da Lua Cheia para manter os dons.

Magia Lunar
Nos tempos antigos, as strega tinham a posição de Sacerdotisa da Lua. Nas regiões costeiras e nas ilhas, as strega também poderiam ser Sacerdotisas do Mar. O uso da água do mar era um aspecto importante na Magia Lunar. Pois se "carregava" a água e liberava-se essa carga através da evaporação.A lua é o ponto de foco da Terra. A Lua absorve, condensa e canaliza todas as forças que são recebidas pelo planeta.Aradia disse a seus discípulos para procurar pela Lua para qualquer propósito mágiko.A Lua é o corpo capaz de "prender" força cósmica, desta forma, é necessário que saibamos como faze-lo.O campo eletromagnético da Terra recebe e coleta energias. O campo da Terra é grandemente influenciado pela Lua. Por causa da mudança de órbita da Lua, ela pode juntar energias de todo o cosmos durante os 28 dias de seu ciclo - que é considerado rápido. É claro que a Lua é a mediadora de energias tanto para as práticas mundanas como mágikas. O papel do Sol é de ser um amplificador. Ele gera poder "cru" e aumenta as energias que já se apresentam no campo da Terra.Os rituais devem ter relação com as fases da Lua. Quanto a isso, é como na Wicca, o uso de prata é muito comum, pois é um metal que acumula bem a energia lunar.Existe um altar ritual para a Lua; este se torna um ponto de foco de energia. As mulheres são vistas como as que carregam a energia da Lua dentro delas. Os homens também têm isso, mas as mulheres têm uma ligação mais próximaCrenças da Strega
As crenças das streghe envolvem amuletos para repelir ou atrair energias. Gestos de poder, sinais que podem ser lidos em toda a natureza. A Deusa coroada com um crescente e o Deus Astado são adorados pelas strega. Também são conhecidos por diversos nomes: Tana e Tanus, Fana e Faunus, Jana e Janus. Os nomes mais comuns para os Deuses da Stregheria são : Diana e Dianus (Lúcifer); e os nomes mais antigos são Uni e Tagni.
A natureza é vista como a manifestação das forças ou leis espirituais. A Magia
é a arte de entender e interagir com estas forças, de uma forma que possam ser influenciadas. Como este sistema é mantido em ordem por espíritos e deidades, existem técnicas milenares de interagir e lidar com estes seres astrais – de forma que façamos nossas influencias e vontades.
No norte da Itália, existe uma região chamada Toscana. Lá uma forma de stregheria um pouco mais peculiar é desenvolvida. Esta forma é extremamente simples, mas pouco lembra os rituais cerimoniais modernas. Há uma grande influencia etrusca nesta forma de bruxaria, onde os Deuses e espíritos são de origem etrusca. Estas bruxas raramente fecham um círculo sagrado para fazer seus feitiços e rituais. O importante para elas é que haja um campo onde possam trabalhar. Elas utilizam uma varinha (o instrumento mais primário da bruxaria) e gestos de poder com encantamentos (chants).
Os Deuses reverenciados pelas streghe toscanas são a Deusa Uni e o Deus Tagni. A natureza também é reverenciada pelos elementais: Fauni e Silvani são espíritos dos bosques; Monachetto são espíritos da terra, como os gnomos; Linchetto são os espíritos do ar. Na bruxaria toscana o norte é considerado um local de muito poder. Os seres elementais do norte são chamados Palla; no sul Settiano, que são espíritos do Fogo Elemental; os espíritos do oeste são os Manii; e os do leste são os Bellaire.
As streghe acreditam em espíritos do clã, chamados Lare que protegem as casas e as famílias. Além disso, ajudam as streghe a renascerem entre seus entes queridos. Pequenos templos são feitos na parte oeste da casa em honra a estas entidades. Tradicionalmente são feitas oferendas de vinho, mel, leite em um pequeno recipiente e uma vela é acesa.
O folclore italiano também se estende a objetos inanimados, que se acredita possuírem poder. Entre os mais comuns estão as chaves feitas de outro ou prata, ferraduras, tesouras, pérolas e corais. Outros objetos incluem o alho, fita vermelha e sal que é empregado para a proteção.

Festivais das Estações
Na Itália não se usa a palavra Sabath para os festivais. A palavra é Treguenda.
As Oito Treguendas
Na moderna tradição Aridiana existem oito treguendas: quatro maiores e quatro menores. As maiores são em outubro, fevereiro, maio e agosto .Embora haja semelhança com o ano celta, estes são festivais baseados no ano romano.
O ano agrícola era vital para os romanos e depois para os fazendeiros italianos. Os romanos antigos tinham vários festivais pelos meses do ano; logo, é muito fácil encontrar celebrações parecidas
com as da Wicca moderna. Os fazendeiros romanos conheciam os equinócios e solstícios e sabiam de seu lugar na roda do ano; isto também pode ser visto pelo culto dos Mistérios Eleusinos da Grécia. Os ritos dos Mistérios Eleusinos Menores eram celebrados na primavera e os Mistérios Maiores, no outono. Estes ritos se baseavam na descida da Deusa no Mundo das Sombras e sua subida na primavera. Para termos uma visão geral entre os antigos festivais italianos de origens etruscas e romanas, vamos olhar aos sabaths com seus partes italianas:

Samhain (31/10) – Festa Dell’Ombra
De acordo com a tradição italiana os mortos voltam ao mundo dos vivos na noite anterior a novembro e ficam nele até a segunda noite do mesmo mês. No século XV, a igreja Católica Apostólica Romana oficialmente usou este dia para celebrar o que chamam de Ognissanti ou Todas as Almas. Na verdade, no século X, esta tradição pagã italiana já preocupava alguns monges cristãos. A Igreja permitiu que estas práticas continuassem porque apresentava uma oportunidade para conversões.

Yule (21/12) – Festa dell’Inverno
Dezembro é marcado pelos festivais romanos para o Deus Sol e para o Deus agrícola Saturno. A conexão intima entre o sol e as plantações que crescem pediam pela invocação dos dois aspectos do Deus.

Imbolg (1/02) – Festa di Lupercus
O mês de fevereiro era sagrado para o Deus romano Februs que era um deus da purificação e da morte. Os ritos de purificação da Lupercália também era celebrado em fevereiro. Lupercus é o Deus novo, a energia do Lobo. Esta ocasião ritual foi depois transformado na festa de São Simão. No século VII, a Igreja romana renomeou este festival de “A Apresentação do Senhor”. A data foi mudada para o dia 2 de fevereiro tentando substituir as celebrações pagãs. Então, os festivais da igreja passaram o coincidir com a data do festival de purificação da Roma pagã: o de Iuno Februata e o ritual da Lupercália, sendo também transformado em festival da Santa Virgem.

Ostara (21/3) – Equinozio della Primavera
Março era marcado pelo festival de Libéria, que também era conhecida como Proserpina (Perséfone). Proserpina era uma deusa da primavera cuja subida do Mundo dos Mortos era marcado por rituais dos Mistérios Eleusinos.

Beltane (30/4- 1/05) – La Giornata di Tana
Maio era marcado pelos festivais da primavera da Florália. Flora era a deusa romana dos jardins e das flores.

Litha (22/6) – La Festa dell’Estate
O festival romano de Vesta ocorria em Junho. Vesta era a deusa do calor e do fogo sagrado. Os Lare (espíritos ancestrais) estavam sob o seu domínio. O festival de meio de verão era ligado às fadas e aos momentos mágicos.

Lammas (31/7- 1/08) – La Festa di Cornucopia
O festival de Ops acontecia em agosto. Ops era a deusa da fertilidade, forças criativas. Ela era a esposa de Saturno, que era o deus romano da agricultura. Na mitologia romana ela era identificada com a deusa Fauna.

Mabon (21/9) – Equinozio di Autunno
Nos ritos Eleusinos da Grécia e de Roma este era o momento no qual a Deusa descia ao Mundo dos Mortos.

O Mythos
Os ritos aridianos modernos são baseados nos mitos da Velha Religião, conhecido como “O Mythos”. Estes mitos empregam os nomes de várias deidades para personificar os caminhos da natureza, e para retratar a vida dos seres humanos, tanto quanto os processos de nascimento, morte e renascimento. Cada treguenda tem uma dramatização do mito do festival. O ano inicia em outubro, marcado pela celebração do Shadowfest – La Festa dell’Ombra. Abaixo vem um resumido de cada treguenda:
Festa dell’Ombra: celebração da Pré-Criação. No mythos, é a união da Deusa e do Deus.
Festa dell’Inverno: o nascimento do Deus Sol, da união da treguenda anterior. Celebração de promessa, luz e esperança.
Festa di Lupercus: celebração da purificação, e o começo da fertilidade. No mythos, o Deus Sol está na puberdade.
Equinozio della Primavera: celebração da subida da Deusa do Mundo das Sombras. Celebração do despertar da fertilidade.
La Gionatta di Tana: no mythos, é a corte da Deusa e do Deus. Celebração da volta da Deusa, da vida e da fertilidade em sua totalidade.
La Festa dell’Estate: no mythos, é o casamento da Deusa e do Deus. Celebração da vida e do crescimento.
La Festa di Cornucópia: celebração da abundância e da colheita. No mythos, o Deus está se preparando para o seu sacrifício para que o mundo continue.
Equinozio di Autunno: celebração da colheita. No mythos, o Deus morre e vai para o Mundo das Sombras. A Deusa então desce para procurar seu amor perdido.
Também é colocado no velho mythos que o Deus se levanta todos os dias e viajava pelo céu do leste ao oeste. Ao faze-lo, ele recolhe as almas daqueles que morreram durante sua partida. Então ele desce ao Mundo das Sombras e as entrega para a Deusa. Ela então as levava para o Reino de Luna (a lua). Quanto mais almas se juntavam , a luz da lua ia aumentando até ela ficar cheia. À medida que estas almas renasciam na terra, a luz diminuía.
Aradia ensinou que a participação nos festivais das Treguendas fazia com que as bruxas entrassem em harmonia com a natureza. Isto as alinhava com os padrões de energia que fluem na terra. Aradia prometeu que os poderes tradicionais da bruxaria poderiam ser observados e desenvolvidos através da comemoração da Roda do Ano.
Além disso, em dezembro os romanos tinham um festival chamado Saturnália. Este rito em particular teve muita influencia em costumes europeus mais recentes, influenciando a Velha Religião e muitas outras. No calendário pré-republicanao, o festival se iniciava em 17/12 e durava vários dias, terminando no Solstício de Inverno. Fogueiras queimavam durante o festival, e a celebração era marcada por orgias que não foram domadas até o séc. XIV. Havia a eleição do “Senhor do Desgoverno” que deveria ser um homem jovem e bonito. Este poderia se dedicar a quaisquer prazeres que desejasse até o fim do festival. Ele era a representação do deus Saturno, ao qual o festival era dedicado.

A Lua
Nos “Ensinamentos da Strega Sagrada” achamos provas que Aradia uma vez ensinou seus discípulos que as almas dos “mortos” viviam na Lua. Mesmo que os seus seguidores modernos concordem que Aradia usou a Lua como símbolo para os reinos Astrais, este primeiro conceito não era desconhecido para muitas culturas antigas. Iniciados no sistema Aridiano acreditam que a Lua foi usada como uma representação do Plano Astral, do Reino Lunar, mais especificamente.
No santuário de Diana, no lago Nemi, a Lua era visto como a morada da Deusa Diana e sua companhia, assim como o local de descanso das bruxas que passaram do Plano Físico. De acordo com os conhecimentos mais primitivos das strega, as “sombras” da Lua eram os locais de caça da Deusa, e os locais iluminados eram as planícies por onde Ela passeava.
As bruxas da Janarra, que são as descendentes diretas daquelas do lago Nemi, praticam uma forma de ritual lunar que vem de tempos muito antigos. O tema antigo de “se tornar como a Lua” pode ser visto nos antigos rituais janárricos de iniciação. Os iniciados que desejavam ser sacerdotes ou sacerdotisas eram levados nus sob a Lua e então “pintados” de branco. Isso geralmente era feito com um pó branco (ou ungento) que era aplicado no corpo todo, o cabelo incluso.
Os ritos de iniciação estavam ligados às fases da Lua. O primeiro grau é a Lua Nova, o segundo grau é a Meia Lua, o terceiro grau a Lua Cheia, e a morte física a Lua Minguante, e é considerado ser o ritual de Iniciação no Grande Mistério. Então há quatro graus de iniciação de acordo com as fases da Lua.
. Os eclipses eram vistos de várias formas. Esta corrida da Deusa, eventualmente, descendo para a terra, era visto pelas bruxas italianas como o momento em que o Sol e a Lua se juntavam para que a Lua desse a luz a novas estrelas, para substituir aquelas que caíram do céu.
A Lua também era utilizada para medida do tempo e sinalizava o momento de plantio e colheita. A representação simbólica da Lua como deidade mais antigo é um a pedra, que aparece na arte antiga sendo ou um pilar ou um cone de algum tipo. Algumas lendas dizem que esta pedra caiu do céu, pois veio dos próprios deuses. Um desenho antigo da Triluna aparece no inicio da Velha Religião. Variações deste símbolo podem ser encontrados nas antigas artes etrusca, grega e romana. Também se encontra em algumas culturas um pilar de madeira ou uma árvore como um símbolo antigo da Lua. Algumas vezes a Árvore da Lua é mostrada como uma árvore mesmo e às vezes como um poste truncado ou pilar estilizado. Em algumas formas de arte, a Árvore da Lua se mostra com treze flores, representando as treze luas cheias (ou novas) de um ano.
Os ensinamentos internos da Velha Religião lidam com o significado esotérico da Árvore da Lua. Neste aspecto, ela parece representar os mistérios em si, num senso prático da estrutura dos Caminhos Antigos. A Árvore da Lua tem apenas uma fruta branca que é o alimento sagrado da iluminação. No mythos, a árvore está localizada na gruta sagrada de Diana no lago Nemi, guardada pelo Encapuzado. O Encapuzado é um guerreiro poderoso que não pode ser vencido facilmente. Simbolicamente, a Árvore da Lua representa nosso sistema de crenças e o fruto da árvore é a iluminação que vem destes ensinamentos.
O Guardião da Gruta representa nossa mente consciente, que nos impede de abraçar uma visão mística através de questionamentos de nossas experiências “sobrenaturais”. É através do poder da magia e através da experiência do encontro místico, que formamos a mentalidade necessária para vencer o Guardião. Uma vez que ele é vencido, a fruta da árvore está dentro de nosso alcance. Degustar sua essência é receber a iniciação dos próprios deuses.
Os Guardiões
Encontrado na stregheria e comum para várias tradições wiccanas, são o conceito dos Guardiões, que são vistos de forma diferente pelos vários sistemas mágikos. Entre as streghe este seres são chamados de Grigori, particularmente para as bruxas tanárricas, que são conhecidas como “Bruxas das Estrelas”. A Tanarra preservou os antigos Mistérios Estelares, e é através de seus ensinamentos que poderemos ter um entendimento melhor de quem os Guardiões/ Grigori realmente são.
Nos antigos Cultos Estelares da Pérsia haviam quatro estrelas “reais” (conhecidas como “Senhores”) que eram chamados de Guardiões. Cada uma destas estrelas reinava sobre um ponto cardeal. Há uma ligação definitiva entre os “poderes” das bruxas e a “visão” dos Guardiões. Assumir a posição do Guardião é invoca-lo dentro de sua Psique. A estrela Aldebaran, quando marcava o equinócio de Primavera, tinha a posição do Guardião do Leste; Regulus, marcando o solstício de verão, era o Guardião do Sul; Antares, marcando o equinócio de outono, era o Guardião do Oeste; Fomalhaut, marcando o solstício de inverno, era o Guardião do norte. As torres foram construídas como símbolos dos Guardiões para que fosse feita sua adoração e também para propósito de invocação. Durante o “Rito de Chamada”, estes símbolos eram traçados no ar, usando tochas ou as varinhas e os nomes secretos dos Guardiões eram chamados.
Na bruxaria italiana, estes seres antigos são Guardiões dos Planos Dimensionais, protetores do círculo mágiko e eram testemunhas dos ritos. Cada um dos Grigori tem uma “Torre de Observação” que é um portal marcando cada um dos quadrantes do circulo mágiko. No conhecimento das bruxas italianas as estrelas eram vistas como os campos das legiões dos Grigori. No mythos, eles eram os Guardiões das Quatro Entradas para os Reinos de Áster, que era o local da morada dos deuses na mitologia da stregheria.
O Veado e o Lobo
Na Velha Religião da Itália existem três aspectos do Deus. Nestes aspectos nos encontramos as conexões com o mundo físico. Os três títulos pelos quais o Deus é conhecido são O Encapuzado, O Astado e O Velho. O Encapuzado é comumente ligado ao Green Man. Ele vive coberto de vegetação. O Astado é uma entidade de chifres de veado e é o Deus das Florestas, do que é selvagem. O Velho é o Ancião.
Os três aspectos do Deus tem a ver com a mudança de uma sociedade de caça para uma sociedade agrícola. O Encapuzado está ligado às plantações e vem logo depois do Deus Veado. Ele é o filho do Deus Veado. O caçador que veio antes da sociedade agrícola e o espírito animal era valorizado antes do espírito das plantas. Outros aspectos do Deus são simplesmente variações dos aspectos básicos. O aspecto Brincalhão, por exemplo, é ligado aO Encapuzado. Na tradição italiana, O Corvo (um brincalhão renomado) é associado com o Encapuzado em seu papel de Guardião da gruta.
O Deus Veado e o Deus Lobo voltam aos dias da antiguidade do Culto das Bruxas. Em uma imagem etrusca, encontrada num vaso do séc. XI ac, mostra a Deusa junto com um veado e com um lobo. Isso não é surpresa, pois a bruxaria italiana tem grande influência da Toscana, onde a civilização etrusca floresceu uma vez. O lobo, o “uivador da noite” era o principal animal de culto da Deusa.
O lobo é sagrado à Deusa da Lua. Sua natureza lunar é indicada pelas crescentes que aparecem junto com suas imagens em artefatos antigos. Mais comum hoje é o retrato da Deusa Diana com seus cães de caça (lobos domesticados), mas as estátuas mais antigas de Diana a mostram com seu veado – temos também imagens da deusa Ártemis no mesmo papel. É em Diana que descobrimos as estações do lobo e do veado.
A ambigüidade do Deus como caçador/ protetor é mostrado, por um lado, pela pele de lobo e armas que Ele carrega e, por outro lado, em sua relação com o veado que fica ao seu lado enquanto
Ele descansa. E é neste ícone que vemos a ligação do Deus da Velha Religião com as imagens do veado e do lobo. Ele é mostrado tanto como caçado quanto protetor de todos os animais da floresta, Guardião da Gruta, o Senhor das Árvores, O Velho.
Os Benandanti
Os Benandanti lutavam contra as forma-pensamento negativas e destrutivas e limpavam a consciência coletiva de suas comunidades. Deles era a batalha contra as forças do mal, personificando um exercito na luta entre a Luz e as Trevas. A tradição Benandanti era uma sociedade xamânica trabalhando por trás das forças da Natureza.







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